harmonia e kuler.

14 abril, 2008


há ainda, caros amigos, um estilo de harmonia que é a chamada harmonia monocromática e da qual eu, assim como no caso da análoga, ainda procuro explicação sobre o porquê dela ser uma combinação harmônica, já que também nesse caso foge-se totalmente do contraste complementar.

segundo esse esquema o contraste se daria apenas por  variações de saturação e luminosidade. Sendo assim, todas as fotos em preto e branco seriam harmônicas. confesso que tenho lá minhas dúvidas quanto a isso, e estou procurando solucionar isso e por esa razão cito esse tema superficialmente, prefiro evitar escrever besteiras)

foto Gabriela Lancellotti

(foto tirada por Gabriela Lancellotti,  fotógrafa em amadurecimento, mas com enorme potencial. Vale a pena dar uma olhada no trabalho dela http://www.flickr.com/photos/lancellotti/ .)

 

 De qualque maneira,  é complicado trabalhar com composições harmônicas em qualquer tipo que seja.  Dificilmente nós conseguimos ter olhos suficientemente treinados para escolher os tons com muita precisão , e quando os temos, o problema pode estar no nosso monitor descalibrado. Uma ferramenta importante, utilíssima e muito simples, que permite vizualizar a teoria de combinações harmônicas na prática é o belíssimo Kuler.

o grande barato é a partir da teoria,  perceber como as combinações harmônicas são montadas em uma roda de cores com milhões de tons.  Outra função interessante é poder criar paletas de cores a partir de imagens. Há ainda a possibilidade de compartilhar paletas de cores com outras pessoas, assim como usar as que elas criaram.

 
deixo como lição de casa explorar o site. 

obs: quero deixar bem claro que nem a Adobe e nem a Gabriela me pagaram alguma coisa  pra falar bem delas.

 

 


considerações sobre harmonia…

22 março, 2008

Outro dia estava conversando com o Álvaro, um amigo que também estuda design (ele foi o criador da comunidade sobre cores mais interessante que havia no orkut, mas que de repente sumiu…). Como ia dizendo, o Álvaro conversava comigo sobre o fato da harmonia entre cores complementares não ser confortável de ser observada. Para provarseu arguemento, ele me mostrou o exemplo do xadrez verde e vermelho do meu próprio blog. 

 para minha infelicidade ele tinha absoluta razão. Eu  acho que não consegui responder com clareza naquele dia. Eu bem que tentei enrolá-lo para ganhar tempo enquanto procurava desesperadamente a resposta no google, mas nada. Então fui em busca dos bons e velhos textos, livros e mesmos artigos desse blog para responder. 

 Brincadeiras a parte, a resposta que consegui formular é a seguinte:

– o  xadrez verde em vermelho é sim harmônico, pois é o exemplo mais simples de contraste tons complementares. É importante notar, ainda que ele respeita a proporção sugerida pelo contraste por extansão .

– No contraste complementar  os tons são opostos e estão o  mais distantes possível entre si (são diametralmente opostos na roda de cor). 

– é uma característica dos tons complementares que um tom realçe o outro. Por isso, ele é recomendado quando se deseja chamar a atenção, criar um senso de vividez e movimento entre elementos. 

– Entretanto há um risco em se colocar tons complementares  lado a lado. digamos que esse contraste é um tanto duro, praticamente um soco no olho. Isso as vezes proporciona alguns problemas ( ver questão 6) .

-é por causa desses efeitos colaterais resultantes do uso de tons complementares lado a lado, que raramente  se observa esse contraste  assim de maneira “seca”, sem a presença de tons intermediários que permitam uma transição mais suave para o olho, principalmente nos trabalhos de grandes artistas. 

– A presença de tons intermediários entre aqueles que são opostos,  reduz a intensidade do contraste ( basta notar que são pontos mais próximos na circunferência da roda de cores se comparados aos pontos diametralmente opostos dos tons complementares).

Conclusão: o famigerado xadrez rubro-verde, é harmônico em seu conjunto, mas extremamente incomodo quando observado por elementos separados.  Por mais que pareça contraditória, essa resposta justifica a necessidade de haver diferentes modos de se alcançar harmonia. 

Esses diferentes padrões se originaram dos tons complementares. Por exemplo, uma tríade, é uma combinação complementar com  um dos pontos deslocados para dois tons vizinhos ( pensando na roda de cores com 12 tons, para ficar mais fácil a compreensão).

rodas-de-cor-harmonia-triade.jpg

é importante perceber que a harmonia se mantém pois o deslocamento é simétrico (na biologia seria uma simetria bilateral, mas não sei se esse nome cabe aqui). Essa simetria se mantém mesmo quando há a formação com 4 tons, no caso os dois tons complementares são deslocados ( seria uma simetria radial, os eixos passam pelo centro da circunferência).

De acordo  com esses deslocamentos simétricos, seria até possível justificar graficamente a existência dos contraste análogos e  monocromáticos. nesses padrões de contraste  a distância  entre os tons seria reduzida ao máximo, o que resultaria em contrastes com pouca vividez, entre tons muito semelhantes.

o que vocês acham? fui claro? faz sentido?


mais sobre harmonia

4 março, 2008

quando pensamos em harmonia ainda podemos tratar de alguns tipos especiais de combinações de cores que garantem harmonia. Esses tipos em particular não estão descritas no livro do Itten.  E confesso que para mim será mais difícil explicá-los, pois aparentemente não possuem contraste simultâneo ( estou pesquisando-os). Porém acho que vale a pena citá-los.

Harmonia entre tons análogos

essa harmonia ocorre entre tons vizinhos na roda de cor.

harmonia analoga 

 a natureza nos presenteia com alguns exemplos desses…

veja esses tons separados da paleta de cores dessa imagem,  pode-se considerá-los análogos.

cor-analoga.jpg

o uso desse padrão cromático  transmite uma sensação de uniformidade à imagem, pois as cores possuem uma base parecida. Há entretanto um contraste muito pequeno entre os tons, o que pode resultar em uma monotonia imensa.


Harmonia Cromática

19 novembro, 2007

 Ao contrário do que muitos pensam, harmonia cromática não é uma escolha aleatória, de tons agradáveis, ou bonitos.
Ela também não faz parte do horóscopo como as vezes se ouve “para o signo de peixes o verde é acor que trará harmonia”.
Nem é nome de um novo grupo de axé. 

Harmonia cromática ocorre quando certa escolha de cores permite ao olho manter-se em equilíbrio, ou seja, a soma de todos os tons tem que resultar em um cinza médio.  Quando há harmonia cromática, há uma situação de conforto para o olho, uma situação de relaxamento, o olho dificilmente cansará de olhar a essa imagem. Essa é a grande vantagem de se trabalhar a partir da harmonia.

é importante lembrar que o olho sempre vai buscar o equilíbrio, independente de haver ou não harmonia cromática.

Quando há harmonia, o cérebro interpreta as cores assim como elas são em sua natureza químico-física, o efeito delas é estático, sólido e previsível.  Já quando não há harmonia o olho tentará criar essa situação de equilíbrio através de efeitos como o  contraste simultâneo e o surgimento de pós-imagens, que dão às cores novos efeitos, enorme oscilação e as tornam abstratas.

existem diversas maneiras de se alcançar o cinza médio na mistura das cores, desde as mais simples, misturando branco e preto, ou através da soma de tons complementares, até as mais complexas que envolve a mistura de diversas cores, (desde que bem pensadas), Essas misturas de cores são chamadas de “acordes” de cores. É interessante pensar nesse termo, retirado da música, pois lá ele significa mistura de notas diferentes, mas harmônicas.

Nem tudo que for feito precisa ser harmônico, quando se foge da harmonia cromática, se alcança efeitos novos que podem tornar um trabalho muito mais interessante. Entretanto, nesses casos se faz ainda mais necessário o conhecimento da harmonia e suas conseqüências, bem como as conseqüências da sua ausência.